As projeções do setor, para este ano, no entanto, são positivas. Na Ademilar Consórcio de Investimento Imobiliário, houve aumento de 18,61%, nas vendas de janeiro a dezembro do ano passado, em relação a 2014. "A Ademilar estima um aumento de 18% em créditos comercializados até 31 de dezembro. A expectativa por um índice positivo vai ao encontro do que foi apurado pela pesquisa da Abac, que sinaliza para a permanência do interesse pelo consórcio de imóveis este ano", diz o diretor da filial, em Maringá, Oziquiel Cabral.

O executivo destaca que o perfil do consorciado aponta para o consumidor com mais de 40 anos, casado e das classes C e B. Mas com presença de 40% de participação, mulheres têm aumentado a participação na modalidade de autofinanciamento.

O consórcio é, geralmente, procurado pelas pessoas que não têm necessidade imediata de morar, ou que não têm tanta facilidade de poupar. Outro traço do perfil são pessoas que reúnem montante para dar lance e receber a carta de crédito para comprar o imóvel desejado. Também é um caminho para quem deseja comprar um segundo imóvel.

Valores

Há diversas possibilidades de consórcios. Nos imobiliários, o cliente tem anos para pagar, mas o prazo varia conforme a empresa. Na Ademilar, por exemplo, o prazo é de 240 meses, com créditos que variam de R$ 75 mil a R$ 1 milhão.

O funcionamento de um consórcio é considerado simples. Segundo Cabral, ao comprar uma cota o consorciado paga parcelas que formam a poupança de um grupo. Esse dinheiro é utilizado, mensalmente, para contemplar um ou mais consorciados, por meio de sorteio, realizado pela Loteria Federal, e lance.

Os valores a serem pagos são reajustados, todos os anos, pelo Índice Nacional de Custo da Construção Civil (INCC) e há uma taxa administrativa de 0,1%, ao mês. Em contrapartida, não há cobrança de juros.

Os sorteios ocorrem mensalmente. Estão aptos a participar todos os cotistas, em dia com as parcelas. Todos os meses também é possível dar lances. "Há a possibilidade de lance livre (oferecer um valor para receber a carta de crédito - valor abatido do total devido) e lance fixo de 30%, neste caso, com a possibilidade de ofertar o lance embutido - quando o cliente utiliza parte do crédito para pagar o lance (diminui o valor final do crédito a ser recebido. É como abrir mão do valor total da carta de crédito para ser contemplado antes)", declara. Ele acrescenta que outra opção é usar o saldo de Fundo Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

"O consórcio de imóveis não tem juros. Por isso, a economia em comparação a outras formas de compra parcelada pode chegar a 60%. É possível comprar imóveis residenciais ou comerciais,novos ou usados, em qualquer lugar do País, além de construir, reformar, investir e quitar financiamentos imobiliários. Com o crédito em mãos, o consorciado negocia bons descontos à vista", ressalta Cabral.

O executivo explica que, na Ademilar, pioneira no Brasil ao trabalhar especificamente com o consórcio de imóvel, basta apresentar RG e CPF e identificar junto aos representantes a carta de crédito que melhor se enquadra no perfil do candidato. Em relação a financiamentos, o processo é simplificado.

Desistência

Cabral explica que se o consorciado quiser desistir, no caso da Ademilar, será excluído dos próximos pagamentos, mas continuará participando dos sorteios. Se for sorteado, receberá o valor já pago anteriormente descontadas as taxas administrativas.

De modo geral, há discussões em torno da lei sobre se o valor já depositado pelo cliente deve ser ressarcido imediatamente, se pago por sorteio ou até um determinado prazo após o encerramento do grupo.